sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Alguns aspectos da Agricultura Familiar comparada com a patronal

Por que a agricultura familiar no Nordeste e particularmente no Piauí não cresce como deveria?
A agricultura familiar  nas  regiões Sul, Sudeste e Centro Sul do Brasil se moderniza e cresce . Na Europa e Azia se modernizou e cresceu. Hoje a agricultura familiar nestes continentes alem da organização social existe toda uma cadeia produtiva Alicerçada nos valores fundamentais da organização social, na modernidade em tecnologia e produtividade ingredientes que confrontam  com o capitalismo patronal que cresce e cresce assustadoramente. A agricultura familiar do Piauí por sua vez constituída na sua maioria de pessoas de baixa renda e de pouco estudo, mesmo sem estrutura de produção, este setor  cresceu nos últimos anos, senão vejamos: De 2002 a 2010, os valores financiados pelo Pronaf no estado cresceram 250%. Avançaram de R$ 37,9 milhões na safra 2002/2003 para R$ 132,8 milhões na safra 2009/2010. E que 90% dos estabelecimentos agropecuários existente no estado pertencem aos agricultores familiares, daí afirmação a estrutura agrária do Piauí é composta de minifúndio e de latinfundioos. São mais de 220,7 mil famílias, que produzem 95% da mandioca do estado, 88% do feijão e da criação de suínos, 82% do milho e 63% do leite. A produção familiar mesmo representando 61% do valor bruto da produção agropecuária e 14% do PIB do Piauí, não é suficiente para alimentar a população que esta na ordem de 3 milhões de habitantes. Hoje, os agricultores familiares do Norte e Nordeste do Pais não tem como bater de frente com infra estrutura do capitalismo Patronal. Os agricultores familiares se querem    produzir, tem adquirir todos os insumos de atravessadores. Se querem  vender, tem que vender no varejo ou para o atravessador. Se optar em vender no varejo não pode vender a preço justo, não pode vender sob pena  de quebrar.   Tem que acompanhar o preço de mercado. Este por sua vez, não tem como competir no mercado capitalista por uma razão muito simples o mercado exige produtos de qualidade e este não tem este produto de qualidade porque o mesmo durante o processo de produção não dispõe de recursos para adquirir insumos necessários e nem tampouco contar com  assistência técnica.
E qual a saída? A caminhada é longa e burocrática, além de dependerem diretamente do estado dependem também de seus esforços e sacrifícios.Seria necessário em primeiro lugar. Que o estado: promovesse a educação em todos os sentidos, que facilitasse a acessibilidade ao credito através da criação de um banco de desenvolvimento  rural especifico para o atendimento ao agricultor familiar, possibilitasse e fortalecesse a ATER, que criasse uma infra estrutura básica  de estradas, eletrificação e telefonia rural, criação de um complexo parque agroindustrial de produção , venda de insumos agrícolas e de compra de produtos agropecuários.Em segundo lugar, ao agricultor familiar cabe, se organizar socialmente, desenvolver gestão administrativa e trabalho organizado, promoção, fortalecimento e formação  de associação , cooperativas e sindicatos  com  estruturas suficientes  para competir em igualdade de condição com o  mercado dos oligopólios (pouco grande produtores e vendedores de insumos) e dos oligopsônios (poucos grandes compradores de produtos agrícolas). A realidade seria diferente, digo isto, porque  o produtor agrícola  seja pequeno ou grande é um dependente  dos grandes produtores e vendedores e compradores, pois, estes, influenciam e determinam os preços de mercado. O agricultor familiar sem estrutura, sem visão e missão dentro do contexto mercadológico capitalista e sem organizações estruturadas, nada podem fazer.
Por isso tudo e em virtude de o produtor, individual, ser fraco  perante  ao mercado. A estruturação das organizações sociais representativas são  fundamentais  neste  processo
como meio de fortalecê-los diante dos produtores e vendedores de insumos e compradores de produtos  agrícolas.
       A tendência do agronegócio indica  para  o caminho da integração vertical, ou seja, do campo para industrialização daí  direto  até a "boca" do consumidor, quer seja pela parceria, quer seja pela aliança, pelo “joint venture” e pela terceirização (o transporte, por exemplo). Em fim, as transformações globais e do agribusiness, por serem irreversíveis, estão  afetando o comportamento dos agricultores das empresas e das Cooperativas, em particular), no entanto, aqueles (as) mais ousados(as) e de melhor discernimento empresarial, ao conseguirem superarem os desafios descobrirão novas oportunidades de negócios. O Paraná, Mato Grosso são os melhores  exemplos de sucessos de produtores e de  cooperativas agrícolas para o Brasil. Qual o segredo? Vejam o segredo do sucesso! 
Em primeiro lugar vamos saber o  que é agribusiness?
Quando a agricultura passa a ser desenvolvida com um alto nível tecnológico, tanto no plantio quanto na colheita, e passa a ter um gerenciamento da produção e logística focadas no mercado, isto é, voltados para as oscilações de oferta e procura, estamos falando de agribusiness.
O agribusiness, ou agroindústria, é hoje um dos setores que mais cresce no Brasil é um dos poucos setores que respondem por um superávit na balança comercial.
O cenário físico do agribusiness são grandes áreas plantadas com a presença de enormes máquinas no campo, para irrigação, preparação da terra e colheita.  Se por um lado o agribusiness gera poucos empregos diretos, ele gera muitos empregos indiretos, desde o transporte até a comercialização e, principalmente, o seu crescimento responde por uma tendência de queda no custo final dos alimentos.
 Em segundo lugar o clima, regime de chuvas, presença de água, área de plantio ou área disponível para o plantio, nível tecnológico, armazenamento, logística e rapidez nas informações sobre o mercado são as variáveis das quais depende o sucesso do agribusiness. Apenas para se ter uma idéia de como uma dessas variáveis influencia o comportamento dos preços, veja o exemplo. No Canadá, ocorreu inesperadamente uma  frente fria, o mercado foi informado imediatamente, os preços dos grãos variaram na Bolsa de Chicago e poucas horas depois o preço da saca de soja do Rio Grande do Sul, por exemplo, já havia subido em cerca de dez centavos. Uma alteração climática pode significar a variação de milhões de dólares em poucas horas. Isso acontece todos os dias, por isso o mercado de grãos é também chamado de "Weaver market". Este é, portanto, um segmento econômico em que experiência e tradição são muito importantes.
O fato  da  Bunge  concentrar investimentos no mercado mundial de soja, onde ela tem uma presença de destaque, é extremamente positivo para os seus negócios, pois o potencial de desenvolvimento do agribusiness no Brasil é um dos maiores do mundo. Em 97/98, o Brasil colheu 82 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 8% em relação à safra anterior. O consumo brasileiro de fertilizantes foi de 13,7 milhões de toneladas em 97, um crescimento de 30% em três  anos.É importante notar que 25% destes fertilizantes são destinados à soja.
Se verificarmos a evolução deste grão, o quadro é ainda mais positivo. A safra da soja estimada para 97/98 é de 30,89 milhões de toneladas de grãos, um crescimento de 14% sobre a safra anterior. Em dez anos, a estimativa é que a safra brasileira de soja chegue a cerca de 40 milhões de toneladas. A produtividade brasileira neste ano foi de 2,35 kg/ha. O recorde mundial é dos Estados Unidos em 1994, com 2,78 kg/ha, ou seja, o nível tecnológico do agribusiness brasileiro já é parelho com o primeiro mundo e tem uma grande vantagem, os americanos não dispõem de novas áreas de plantio para evolução da produção, enquanto o Brasil ainda conta com imensas áreas para o crescimento da área plantada, principalmente no nordeste brasileiro.
Agropecuário brasileiro, ao contrário do que muitos pensam, é responsável por mais da metade do PIB do país.Isto sem considerar que fazem parte deste panorama as atividades industriais e de serviços que operam  ou atuam no meio rural brasileiro.

                       Prof. Wellhington Paulo da Silva Oliveira
                            Teresina (PI), 12 de Agosto de 2011