sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A LENDA DE IRAM ABIF

A LENDA DE HIRAM ABIF
Ir. M .•. M Wellhington Oliveira
Meus irmãos.
Salomão, rei de Jerusalém, desejando construir um Templo ao Pai eterno. Reuniu em Jerusalém o número necessário de obreiros para construí-lo com a condição de ser virtuoso, zeloso, de valor e livre de vícios. De imediato uma multidão de homens se candidataram-se ao trabalho. Iniciadas as obras, Salomão lembrou que necessitava de um homem de sua inteira confiança e que soubesse organizar e gerenciar os trabalhos. Este homem era Hiram, considerado exímio arquiteto, sábio e virtuoso, vivia em tiro antiga cidade do Líbano a quem o rei dispensava singular atenção. Salomão resolveu então, pedir ao rei Hirão o grande arquiteto Hiram Abif. O rei de Tiro atendeu ao pedido e lhe enviou Hiram. Salomão, recebeu Hiram com uma grande festa . No dia seguinte, Salomão apresentou Hiram aos membros da Câmara do Conselho,Na oportunidade, Salomão na presença de todos disse: “Hiram, eu vos escolho para ser o chefe e arquiteto maior do Templo, assim como de todos os obreiros; vos transmito meu poder sobre eles, sem que haja necessidade de outra opinião, senão a vossa. Assim o tenho como um amigo a quem confiarei o maior dos meus segredos”. Em seguida, dirigiram-se à obra, onde Salomão, pessoalmente. disse aos obreiros em voz alta e inteligível, mostrando a Hiram: O Livro dos Esplendores e dirigindo aos obreiros disse: “Eis aqui ao que escolhi para ser vosso chefe para guiar-vos: vós obedecereis como se fosse a mim mesmo; lhe concedo amplo poder sobre vós e sobre as obras, sob pena de que os desobedientes recebam o castigo que ele mesmo bem entender de aplicar”. Em seguida, Hiram, prometeu cumprir sua missão com êxito e zelo.
No dia seguinte, Hiram reuniu todos os obreiros e disse: “Meus amigos; o Rei nosso senhor, me confiou o cuidado de dirigir-vos e normalizar os trabalhos do Templo. Não tenho duvidas que não faltará a nenhum de vós, o zelo para executar as suas ordens e as minhas. E disse, para todos, tomarei algumas providencias: 1º- criar três classes de operários a de Aprendizes, a de Oficiais(companheiros) e a de Mestres. 2º - aumentar o salário dos operários segundo cada classe e, 3º- estabelecer conforme o grau, palavras e toques para reconhecimento e recebimento de salários.
Três Oficiais, impulsionados pela ambição e o desejo de perceber o pagamento atribuído aos Mestres, resolveram descobrir a Palavra sagrada, dita, pelo próprio Mestre Hiram, por bem ou à força. Como o respeitável Mestre Hiram ia diariamente as cinco horas da tarde ao Santuário do Templo para oferecer orações ao Eterno, combinaram esperá-lo na saída, para perguntar-lhe pela Palavra dos Mestres; o Templo dispunha de três Portas, uma ao Oriente, outra ao Ocidente e a terceira, ao meio-dia. Eles esperaram armados, com uma Régua, uma Alavanca e um Maço.
Finda a oração, Hiram dirigiu-se à saída da primeira Porta, na qual encontrou um dos traidores, armado com a Régua, que o deteve, perguntando-lhe pela Palavra de Mestre. Assombrado, Hiram disse, preferia morrer a revelá-la.
O traidor, furioso golpeou-o com a Régua. Hiram, aturdido, dirigiu-se à Porta Ocidental, o segundo traidor, fez a mesma solicitação; Hiram recusou, o traidor o golpeou com a Alavanca. Cambaleando, Hiram procurou sair pela Porta do Meio-dia Porém, o terceiro traidor fez a mesma exigência; Hiram respondeu-lhe que antes preferia morrer que revelar o segredo; o traidor aplicou-lhe um terrível golpe com o Maço que o prostrou morto. Os traidores juntaram o corpo de Hiram e o ocultaram sob um monte de escombros ao norte do Templo, para a noite, transportá-lo para uma montanha longe da cidade. e o enterraram, e ainda, plantaram na cova um ramo de Acácia para marcar o local, regressando os três para Jerusalém.
Hiram, diariamente, ia até Salomão, para pô-lo a par das obras e receber ordens; Salomão, vendo que Hiram não o procurara, mandou um oficial chamá-lo; regressando, informou a Salomão que não havia encontrado-o, aflito Salomão foi pessoalmente procurá-lo. Sem sucesso, determinou uma busca minuciosa em toda a cidade. No terceiro dia, Salomão ao sair do Santuário, onde fazia as suas orações, o fez pela parte do Oriente, causando-lhe surpresa ao notar manchas de sangue no solo. Seguiu-as até o monte de escombros ao norte; mandou escavar, sem nada encontrar. Estremeceu de horror, convencendo-se de que Hiram havia sido assassinado. Retornou ao Santuário do Templo para chorar a perda de tão grande homem; em seguida retornou ao Átrio do Templo, reuniu todos os Mestre e lhes disse: “Meus Irmãos, a perda de vosso Chefe é certa”.um silencio tomou conta de todos, sendo interrompido por Salomão, dizendo que era preciso que nove deles eleitos partissem em busca do corpo de Hiram e conduzi-lo até o Templo.
Os agraciados, partiram.Três empreenderam a rota do meio-dia;três a do Ocidente e três a do Oriente, prometendo reunir-se após o nono dia de buscas. Depois de três dias de buscas, Um deles, cansado, quis descansar, acostou-se a um pé de Acácia para apoiar-se.Porém, aquele ramo, o chamou a atenção e presumiu que Hiram pudesse ter sido enterrado naquele local. Reanimado, chamou os outros Mestres , todos , puseram-se a remover a terra. E, ali estava enterrado o Respeitável Mestre Hiram, porém, um deles penetrou na cova, tomou Hiram pela mão direita para levantá-lo. Hiram, cuja carne já corrompida se desagregava, o que fez o Mestre retroceder, dizendo: “Eclingue”, que significa: “Cheira mal”. Outro Mestre segurou o dedo anular acontecendo o mesmo; e exclamou: “Jaquin”. Os Mestres perplexos, disseram, Hiram!, preferiu morrer, que revelar o segredo dos Mestres, em seguida decidiram que a primeira palavra que proferissem ao retirar o corpo passaria a ser a secreta.
Em seguida, o mais velho deles entrou na cova e retirou Hiram da cova. Seu corpo produziu um ruído que os assustou, porém, o Mestre, sempre sereno, exclamou: “Macbenah”, que quer dizer: “A carne abandona os ossos”. Em seguida, repetiram-se, uns aos outros, os respectivos nomes e colhendo-o pelo braço tomaram o corpo do Respeitável Hiram e o conduziram para Jerusalém. Chegaram à noite. Informado Salomão de sua chegada, foi ao Templo, acompanhado de todos os Mestres, calçando luvas brancas e avental, rendendo ao Respeitável Mestre as últimas honras. Salomão mandou inumá-lo no Santuário e fez colocar sobre seu túmulo uma placa de ouro, de forma triangular, na qual estava gravado, em hebreu, nome do Eterno; depois, recompensou aos Mestres com um Compasso de ouro que colocaram na lapela de seus trajes, pendentes de uma fita azul e comunicaram-se as novas palavras, Sinais e Toques,
A Palavra convencional foi: “Gibline”, o nome do lugar onde estava enterrado o corpo de Hiram. Após ter Salomão, mandado inumar Hiram no Santuário do Templo, congregou a todos os Mestres dizendo-lhes:”Meus Irmãos: os traidores não podem ficar impunes; vamos procurá-los e encontrá-los e no caso de serem capturados, que nenhum dano seja feito, trazendo-os vivos para reservar-me a satisfação da Justiça. Para tanto, ordeno que “vinte e sete de vós, partam para levar a cabo esta investigação, E determinou, nove tomem rumo do oriente, nove o do meio-dia e nove para o ocidente, e que fossem armados com Maços, para defenderem-se dos perigos. Os traidores ao tomarem conhecimento da decisão do rei Salomão, fugiram e separaram-se, para dificultar a descoberta.. Já passava o quarto dia de marcha, quando nove dos Mestres, resolveram aos pés do monte Líbano descansar. Ao anoitecer, um deles ficou vigiando. O vigia, avistou uma pequena luz através de uma fenda na rocha;, aproximou-se do local e verificou que era uma caverna. Animado, viu um homem recostado e adormecido. Reconheceu-o de imediato e com desejo de vingar a morte de Hiram, esqueceu as ordens de Salomão e com um punhal o matou e cortou a cabeça. Saiu da caverna e foi contar o feito aos companheiros que disseram que seu zelo exagerado os colocava numa posição melindrosa por faltar às ordens de Salomão. Este, permaneceu triste, porém seus camaradas, que confiavam na bondade do Rei, lhe prometeram pedir ao rei Salomão, a compreensão. Em seguida, retornaram a Jerusalém, chegando ao nono dia. Entraram no momento em que Salomão estava encerrando cerimônia no Santuário do Templo com os Mestres, como fazia, todos os dias, para lembrar, com dor; a morte do seu digno e Respeitável mestre Hiram. Penetraram todos, inclusive o que levava, o punhal em uma das mãos e a cabeça do traidor na outra, gritando por três vezes: “Comigo chega a vingança!”, e a cada vez fazia uma genuflexão. Salomão, diante daquele espetáculo, disse: “Desgraçado, Que fizeste? Não te havia dito que me reservasses o prazer de vingança?. Todos os Mestres, ajoelhados, gritaram: “Graças para ele senhor”, afirmando que seu excessivo zelo lhe havia feito esquecer suas ordens. Salomão, o perdoou e ordenou que a cabeça do traidor fosse exposta no extremo de uma vara, guarnecida de ferro, em uma das Portas do Templo.Os outros dois traidores foram capturados vivos e levados a presença de Salomão que os interrogou e os fez confessar o crime. Condenou-os que lhes fossem aberto o corpo, arrancados os corações, cortadas as cabeças e colocadas em duas varas guarnecidas de ferro, com seus respectivos nomes e expostas em duas das portas do templo, para que servissem de exemplos a todos os obreiros,. Os três eram da tribo de Judá; o mais velho chamava-se Sebal, o segundo Oterlut e o terceiro, Stokin. Ao terceiro dia, Salomão mandou erguer uma grande fogueira ante a entrada principal do templo e arrojar nela as três cabeças, os utensílios e os nomes, sendo tudo queimado até a consumição completa. As cinzas foram, igualmente, lançadas aos quatro pontos cardeais. Terminado, Salomão dirigiu os trabalhos do Templo com a assistência dos Mestres e tudo prosseguiu em paz”.
E-mail: wellhingtonoliveira@yahoo.com.br
Blog: wellhingtonoliveira.blogspot.com

Teresina(PI),22 de setembro de2011



Este trabalho é dedicado a todos os irmãos, mas principalmente ao ex-venerável desta loja o irmão Carlos Veras. Pois tal como Salomão, soube soerguer com eficiência a nossa loja. É um homem virtuoso, corajoso e zeloso, mesmo com todas as adversidades, conduziu os trabalhos desta loja durante seu mandato com profícua sabedoria.
A ele, devo o meu retorno. A ele sou grato. A ele a minha admiração.

Obrigado

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